02 junho 2008

Mais Indy...

Este ultimo texto foi escrito no seguimento da critica no post anterior. Decidi dividir por duas partes para não "maçar" muito a vista dos caros leitores. Todos os sete...

Afinal o que é Indiana Jones, na sua génese? Uma personagem de homenagem aos Serials de série B que os jovens Steven e George viam na infância. Os Republic Serials, tão referidos nas revistas da especialidade das ultimas semanas não eram mais do que filmes de série B, onde a aventura e a adrenalina era aumentadas ao máximo. Os primeiros três Indiana Jones eram isso mesmo, sem tirar nem por. Aventuras, feitas com muito estilo, onde as emoções ganhavam precedência sobre tudo o resto. Um pormenor, no entanto, a génese está na série B, mas os meios, a forma de contar de estória e mesmo a qualidade dos intérpretes está toda na mais A da série A. Por isso sempre foi relativamente fácil gostar, desde o início de Indiana Jones, porque era interpretado por um grande actor, dirigido por um grande realizador, cujas estórias vinham do dono de uma grande imaginação. Além disto, Indiana Jones apela à infância dos seus espectadores, e aqui está o busílis da questão interpretativa desta ultimo capítulo: parece-me que nos esquecemos da inocência com que encarámos a trilogia original, o olhar cínico do critico de cinema e do jovem adulto com formação superior tem ganho força sobre o olhar da criança que se apaixonou pelas aventuras do Indiana Jones, na década de oitenta. Esta falta de inocência e olhar cínico são bem evidentes nos comentários que se vão encontrando por todo o lado e até nas conversas que se ouvem. É criticada a falta de realismo da cena das cascatas; um pedregulho gigante como armadilha contra intrusos é bem mais fácil de digerir, assim como o salto de UM AVIÃO, DENTRO DE UM BARCO DE BORRACHA PARA UM RIO, ou passar por cima de uma ponte invisível.
Sim, é impossível sobreviver a uma explosão nuclear dentro de um frigorífico, o baloiçar em lianas na selva amazónica pode não ser tão fácil como parece para os iniciados, mas também pode ser pouco provável sobreviver à queda de um tanque para um penhasco, mesmo que se salte segundos antes do momento fatídico. Portanto, talvez seja necessário rever a trilogia original e todos os pormenores que o olhar cansado e habituado a captar as fragilidades de outras cinematografias não captou devido à fascinação da infância não apanhou na altura. Ou então esquecer tudo e apenas pensar que no ecrã gigante está o Indiana Jones, tal como o recordamos de vinte e tal anos...

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