31 julho 2007

What the F???

Começou, no passado domingo, a rodagem do filme "Corrupção", de João Botelho. Pergunta o leitor deste blog, perdido na internet enquanto procurava pornografia filipina, porque estou a dar atenção a um cineasta como João Botelho. Acho que é melhor não o tratar como "cineasta", ainda estamos à espera dos resultados das análises.

Em frente: Corrupção é adaptado do livro autobiográfico "Eu, Carolina", de Carolina Salgado e dará maior enfâse aos relatos sobre a alegada corrupção desportiva em julgamento no processo Apito Dourado. Para aqueles que caíram da cadeira antes do final da frase, eu repito: «Corrupção é adaptado do livro autobiográfico "Eu, Carolina", de Carolina Salgado».

O que me surpreende nesta notícia (além do duvidoso material de origem; e como é que ainda é permitido ao Botelho aproximar-se dum plateau...) é o valor do orçamento: um milhão de euros numa produção nacional. Ah!, e porque é que Nicolau Breyner e Alexandra Lencastre estão envolvidos nesta produção. Sim, e outra coisa: o livro foi publicado no final do ano passado, de onde apareceu dinheiro assim tão depressa?

Não, não colocar aqui nenhuma fotografia...

In Memoriam

1918-2007

In Memoriam


1912-2007

"Sequela?"

“Os Simpsons- O Filme”
De: David Silverman
Vozes: Dan Castellaneta, Harry Shearer, Nancy Cartwright, Yeardley Smith, Julie Kavner.


Homer apaixona-se por um porco e o resto do filme desenvolve-se naturalmente a partir daí... (Foi o Matt Groening que definiu assim o filme numa entrevista ao Jon Stewart e eu não conto mais nada!)

“É um episódio com uma hora e meia!” É esta frase que mais se lê na “interweb” quando se pretende denegrir esta primeira longa-metragem Simpsoniana... E a resposta esperada é: sim, é um episódio de hora e meia... e, sim, há algo de mal com isso, mas não muito. Apesar de terem decrescido de qualidade nas ultimas temporadas, nunca os “Simpsons” chegam ao nível de “suckiness” de um episódio de “American Dad”.
Mas divago... Porque é que é menos bom ser apenas um episódio de hora e meia? Porque talvez que de cada vez que ajeitamos a região glútea numa cadeira de cinema esperamos ver algo de diferente, inovador, tem sido assim desde que dois irmãos franceses apresentaram uma série de curtas-metragens documentais num café parisiense... No entanto, tratando-se de um episódio dos Simpsons com hora e meia, é inevitável não pensar: “Uau, um episódio dos Simpsons com uma hora e meia!!” Sim, é sempre bastante divertido ver as aventuras desta família amarela e esta longa-metragem não escapa à regra. Os gags sucedem-se a um ritmo vertiginoso e com um rácio punchline/gargalhada assombroso. É de facto impressionante verificar a quantidade de piadas que acertam na mouche, provando que existe mais na comédia norte-americana que o binómio Teen Movie/Escatologia. No entanto, convém ter algum conhecimento da cena político-social norte-americana para apreciar devidamente todas as piadas (é exemplo disto uma referência do Presidente Schwarzenegger aos serões com a família Kennedy).


Como se costuma dizer no mundo do desporto: “Em equipa que ganha não se mexe!” e o aforismo é aqui levado muito a sério. Ou quase. Apesar de não haver uma evolução acentuada na maioria das personagens algumas nuances são notórias, tais como: SPOILER, SPOILER SPOILER SPOILER ou SPOILER SPOILER, SPOILER.
Vísivel neste filme é também a evolução e novas tecnologias na animação. Apesar de o 2-D pomposamente anunciado não ser atirado às urtigas, é facilmente identificável o movimento mais cinematográfico, principalmente nos cenários de fundo.

Não desilude, mas também não surpreende muito. A destacar o momento genial de paródia à FOX, mas este momento teve já a sua origem na série.
Não deixa de ser bom este filme, mas não é uma variação muito larga do que já a série de televisão, levando um atento Homer Simpson a exclamar, logo no início: “Porque havemos de pagar para ver uma coisa que já temos à borla na televisão?! Quem pagou para ver este filme é um idiota!” Nada mais do que o bom velho humor subversivo que celebrizou este família amarela ao longo dos seus vinte anos de existência.


P.S.- acho que é a primeira crítica que escrevo com a palavra “rácio”... e “binómio”...

22 julho 2007

Porque outra razão é que alguém precisaria de um empréstimo?

Foi ontem...

... lançado mundialmente o ultimo capítulo da saga Harry Potter. "Harry Potter and the deathly hallows" no original. Entretanto, a antecipação do momento em que uma das personagens principais morre atingiu o máximo também no outro lado do Atlântico:



No entanto, prefiro qualquer coisa mais simples... Talvez: Harry acorda na sua cama depois e a mãe e o pai o acordarem e apercebe-se que era tudo um sonho. Um livro com duas páginas...

21 julho 2007

O Cinema perto de nós

Quando menos se espera o Cinema ou, pelo menos, algo que o faz lembrar, aparecem-nos sem avisar, onde menos esperamos. Nuvens destas já foram o ínicio de muitas películas de ficção ciêntifica ou de filmes que reflectem sobre a desumanização do Ser Humano. Uma imagem (ou uma nuvem) vale mil palavras.




E com isto descobri um novo passatempo: "Cloudspotting".

18 julho 2007

Onde é que está a tampa?

Há muito, muito tempo, Stephen Fry e Hugh Laurie tinham um programa de comédia. Pelos clips dísponiveis no Youtube, era bom p'ra caramba!
Este é um exemplo...


Outro, ainda melhor:

Curta Portuguesa

"A Noiva"

De: Ana Almeida
Com: Bárbara Magalhães, José David Coimbra
Portugal, Côr, 6m57s, 2007.




Um jovem casal pára na margem do Douro e entra num celeiro abandonado...


Amadores, sem apoios do ICAM, rodando apenas quando os horários de trabalho o permitiam, mas com muita vontade de fazer algo bom. Pode descrever-se desta maneira os cineastas responsáveis pela produção desta curta-metragem que tem ganho prémios e estado presente em festivais um pouco por todo o mundo.


É uma curta... muito curta. De facto, sete minutos não é suficiente para avaliar de forma segura certos aspectos de um filme, como por exemplo: a performance dos actores, que parece, no entanto, boa. Ainda assim, salta à vista a direcção artística que e o cuidado com a iluminação na cena no interior do celeiro.
Ainda a destacar as boas ideias de realização que vão sendo mais abundantes no cinema português ("Suícidio Encomendado" tem bons exemplos) e que são uma variação refrescante dos planos televisivos de grandes planos constantes que ainda minam a cinematografia nacional.
Parabéns à equipa, que povou ser possível fazer cinema com poucos recursos e usando a dedicação como arma principal. Espero por este, para avaliar progressos mais próximos de casa.
Para mais informações e noticias actualizadas sobre participações em festivais deste "A Noiva", podem ir aqui ou ainda consultar o IMDb para a ficha técnica completa.

Hoje à tarde, no centro comercial

Ele: Sentado nas escadas rolantes, a olhar para a filha que se ri da figura do pai.
Ela: Em pé, no degrau anterior e de braços cruzados com aquela expressão entediada que grita o pensamento interior: "Casei com um bronco!"

16 julho 2007

Em missão especial no Festival de Curtas de Vila do Conde

Bruno "The Coiso" Gonçalves escreve, em exclusivo para o Salas Escuras, sobre "Death Proof". À pala de uma equipa de reportagem a fazer o seu honesto trabalho, o jovem produtor/jornalista do RCP- Porto disponibilizou-se para escrever sobre o mais recente filme de Quentin Tarantino.

«“Ladies… we gonna have some fun”. É uma das frases-chave de Stuntman Mike (Kurt Russel) mas que se encaixa que nem uma luva naquilo que nos espera quando nos preparamos para assistir a Death Proof (Á Prova de Morte) … só têm que tirar o “ladies” (ou não).
O festival internacional de cinema de Vila do Conde teve a felicidade de exibir, em antestreia nacional, um dos filmes mais aguardados do ano. Grindhouse é o nome do projecto que une o talento de Quentin Tarantino e Robert Rodriguez em homenagem ao cinema exploitation (caracterizado pelo cocktail de moçoilas jeitosas a exibir atributos, muito sangue e membros decepados, fracos desempenhos e extremo mau gosto) e que é constituído por duas películas, o já referido Death Proof e Planet Terror.
A organização do festival já esperava casa cheia na estreia do filme, mas a procura foi tal que se viram obrigados a realizar mais uma sessão.
Foi uma segunda sessão a rebentar pelas costuras (também esgotada), que me garantiu um fantástico lugar nas escadas da plateia, no meio de muita gente ansiosa pela experiência que ia ter início.
E que experiência… Tarantino é um mestre digam o que disserem. As suas obras anteriores (como Jackie Brown e Kill Bill Vol. 1 e 2) já assentavam na estética e premissas dos filmes exploitation dos anos 60. E por falar nos outros filmes do realizador americano, temos pormenores deliciosos que rapidamente nos remetem para esses mesmos filmes, principalmente na cena que se desenrola dentro da loja da estação de serviço.
Tarantino volta a fazer uma perninha como actor e a provocar a primeira sessão de gargalhas, aplausos e assobios na sala interpretando o seu papel de proprietário de um bar.
É apenas a primeira das várias manifestações da plateia nas quase duas horas que dura o filme. Existe uma constante interacção entre o que se desenrola na tela e a plateia, o que torna esta sessão diferente de uma sessão normal. Poucos são os filmes em exibição que conseguem estabelecer esta ligação com a plateia que aplaude cenas como se estivesse a ver um espectáculo ao vivo qualquer, e não um filme numa sala de cinema.
A história gira em torno de um duplo de cinema de seu nome Stuntman Mike (um Kurt Russel revitalizado), que conduz um Dodge Charger preparado para ser literalmente “à prova de morte” e que se vai atravessar no caminho de oito beldades. Umas irão dar mais luta do que outras.
A homenagem que Tarantino quis fazer a este tipo de cinema é levada ao extremo. Ao ponto de o filme apresentar falhas no som, saltos na imagem, uma fita riscada tudo para que nos leve a regressar às grindhouses, onde eram exibidas, por vezes ininterruptamente, dia e noite, filmes série B.
Para quem é fã de Tarantino, dificilmente não gostará. Para os restantes espectadores, devem ir de mente aberta para perceberem que vão a muito mais do que uma sessão de cinema…»
Assim que o filme estrear no resto do país, Coimbra mais propriamente, escreverei aqui o meu comentário. Para já, o meu obrigado e, Bruno, O cheque já está no correio.

12 julho 2007

Robert Redford de regresso ao drama político

E também à cadeira de realizador. Sete anos depois do estranho "Legend of Bagger Vance", Redford dirige "Lions for Lambs", onde também assumirá um dos papeís principais, ao lado de Meryl Streep (África Minha) e Tom Cruise.

O filme narra três estórias com destaque dado à guerra mundial ao terrorismo, onde Redford é um professor de Ciência Política que tenta convencer um aluno a não desistir da faculdade, Streep é uma jornalista e Cruise é um senador norte-americano.



Aqui está o trailer:





A estreia nos Estados Unidos está marcada para o dia 9 de Novembro e, se bem me recordo, é a primeira vez que Redford assume um papel principal num drama político depois de "Os Homens do Presidente".
É impressão minha ou o "Tó" é demasiado novo para interpretar um senador?

10 julho 2007

Interessante...

Se eu fosse uma personagem do "Heroes" seria:


Your Score: Sylar


You scored 29 Idealism, 58 Nonconformity, 41 Nerdiness




How can you stop what's coming... when you don't know anything about power?
Congratulation, you're Sylar, the artist formerly known as Gabriel Gray! You are a seriously nerdy person with an enormous desire to be different, and to be recognized for it. As long as you don't go eating brains, this doesn't have to be a bad thing at all. You're ambitious, intelligent, tenacious, and unique. Your best quality: Panache Your worst quality: An obsessive desire for recognition and power

06 julho 2007

Yeepi-oh-Kay-Wey!



"Die Hard 4.0- Viver ou Morrer"
Real: Len Wiseman
Com: Bruce Willis, Justin Long, Timothy Olyphant
EUA; Cor; 130 min


Passaram doze anos desde que John McClane viu um dia cheio de acção num “Assalto Infernal”. Desde então a sua vida voltou ao normal que se espera para um policia verdadeiro: um divórcio, problemas de comunicação com a filha e a idade que não perdoa, com cada vez mais rugas presentes na cara. No entanto, quando recebe uma chamada para levar um hacker a um departamento de segurança informática do governo está longe de imaginar que os tempos de encontros imediatos com vidro partido, explosões e caixas de elevadores estavam para voltar.


Dirigi-me à sala de cinema a tentar controlar as expectivas. Afinal, o realizador deste quarto capítulo da saga McClaneana é Len Wiseman, homem responsável por “Underworld”, provavelmente dos piores filmes que já empestaram o campo visual. No entanto, a magia que fez o primeiro “Die Hard”, na altura realizado por John Mctiernan, não morreu completamente. Apesar de evidentes más opções de realização, como é evidente quando Wiseman exagera ao tentar dar ao espectador uma maior sensação de movimento ao tremelicar a câmara numa das primeiras perseguições, o filme é razoavelmente honesto. Bruce Willis dá um ar mais cansado a este McClane, mas até se compreende dado o avançar da idade. A própria premissa do filme parece credível, pelo menos adaptada aos tempos modernos da vida virtual, no entanto existem demasiadas sequências em que o espectador é confrontado com um ecrã cheio de números ou letras, ou que pode contribuir para um certo afastamento do filme. Para este afastamento pode ainda contribuir a fraca qualidade de alguns dos actores secundários.


São várias as referências ao primeiro filme desta série, desde os poços de elevador ao vidro partido, mas a mais evidente é o facto de se tratar de mais um assalto disfarçado com motivos maiores. Thomas Gabriel, o terrorista de serviço, põe offline toda uma panóplia de serviços e comodidades oferecidas ao comum cidadão, e também a entidades estatais, com o suposto objectivo de demonstrar a fragilidade das defesas cibernéticas, mas...


Não é um filme que procure dar respostas ao grandes problemas da vida (também não o eram os três anteriores) e pretende dar ao espectador apenas algum tempo bem passado sem insultar, demasiado, a sua inteligência.