Na Inglaterra da década de 30 do século passado, Briony Tallis destroi inadvertidamente as vidas da irmã mais velha e do filho da empregada doméstica. Interpreta pelos olhos de uma menina de 13 anos um bilhete que não devia ler e ainda surpreende Robbie e Cecilia na biblioteca da familia.
Joe Wright regressa aos dramas de época depois da adaptação de Orgulho e Preconceito, de Jane Austen, e também com Keira Knightley num dos principais papeís, e pode mesmo dizer-se que estamos na presença de um dos mais promissores realizadores da actualidade. Há todo um cuidado muito vísivel na encenação e visual do filme, este aspecto é muito mais fulgurante na primeira metade, quando somos invadidos por uma explosão de cor, uma palete de cores muito alargada, a acompanhar os momentos mais felizes das duas personagens principais. Robbie e Cecilia formam aqui o par romântico que se concretiza apenas por breves momentos, sendo que a sua felicidade será o elemento que proporcionará a Expiação do pecado cometido por Briony (não vou revelar). A propósito de Briony há que referir as performances das três actrizes que a interpretam ao longo de três gerações: Saiorse Ronan, aos treze anos, impõe à personagem uma impertinência própria da idade mas que irá conduzir às tentativas de redenção das duas encarnações mais velhas. Ramola Garay é Briony com 18 anos, trabalha como enfermeira num Hospital da Londres da época dos bombardeamentos nazis e finalmente Vanessa Redgrave, é Briony já como romancista consagrada, que nos revela o destino do par romântico e consegue finalmente a tal Expiação do título, levando o espectador a reflectir sobre os finais felizes e a sua capacidade de redimir pecados ou manter um sabor acre na boca, conforme a sua veracidade ou não...
Falando novamente sobre aspectos mais técnicos, é inevitável não referir também a fantástica fotografia e reconstrução de época presentes em todo o filme, passando pela inevitável cena na praia de Dunquerque, um maravilhoso plano-sequência que esmaga toda e qualquer hipótese de o espectador ainda sentir que pode haver salvação para a relação entre Robbie e Cecilia. Como definir uma cena que arrisca mostrar uma praia povoada com os sobreviventes Britânicos da Batalha de Dunquerque de uma só vez? Uma viagem em que acompanhamos a destruição proporcionada por uma entrada em guerra mal preparada, mas isso são contas de outro rosário.
Há também que referir a banda sonora inventiva, criando soluções com o som diegético de uma máquina de escrever e misturando-o com piano e violino, o resultado é fabuloso, algo a ouvir mesmo sem a ajuda visual do filme. No entanto, contrariando a tendência facilitista de acompanhar cenas de elevada tensão dramática com musica, aqui Joe Wright prefere deixar o silêncio ser a banda sonora, criando assim um clima de tensão muito mais angustiante.
Um triunfo, apenas com 30 milhões de euros de orçamento, mais uma vitória dos estudios Woking Title que conseguem mesmo convecer-me que Keira Knightley é boa actriz...
Joe Wright regressa aos dramas de época depois da adaptação de Orgulho e Preconceito, de Jane Austen, e também com Keira Knightley num dos principais papeís, e pode mesmo dizer-se que estamos na presença de um dos mais promissores realizadores da actualidade. Há todo um cuidado muito vísivel na encenação e visual do filme, este aspecto é muito mais fulgurante na primeira metade, quando somos invadidos por uma explosão de cor, uma palete de cores muito alargada, a acompanhar os momentos mais felizes das duas personagens principais. Robbie e Cecilia formam aqui o par romântico que se concretiza apenas por breves momentos, sendo que a sua felicidade será o elemento que proporcionará a Expiação do pecado cometido por Briony (não vou revelar). A propósito de Briony há que referir as performances das três actrizes que a interpretam ao longo de três gerações: Saiorse Ronan, aos treze anos, impõe à personagem uma impertinência própria da idade mas que irá conduzir às tentativas de redenção das duas encarnações mais velhas. Ramola Garay é Briony com 18 anos, trabalha como enfermeira num Hospital da Londres da época dos bombardeamentos nazis e finalmente Vanessa Redgrave, é Briony já como romancista consagrada, que nos revela o destino do par romântico e consegue finalmente a tal Expiação do título, levando o espectador a reflectir sobre os finais felizes e a sua capacidade de redimir pecados ou manter um sabor acre na boca, conforme a sua veracidade ou não...
Falando novamente sobre aspectos mais técnicos, é inevitável não referir também a fantástica fotografia e reconstrução de época presentes em todo o filme, passando pela inevitável cena na praia de Dunquerque, um maravilhoso plano-sequência que esmaga toda e qualquer hipótese de o espectador ainda sentir que pode haver salvação para a relação entre Robbie e Cecilia. Como definir uma cena que arrisca mostrar uma praia povoada com os sobreviventes Britânicos da Batalha de Dunquerque de uma só vez? Uma viagem em que acompanhamos a destruição proporcionada por uma entrada em guerra mal preparada, mas isso são contas de outro rosário.
Há também que referir a banda sonora inventiva, criando soluções com o som diegético de uma máquina de escrever e misturando-o com piano e violino, o resultado é fabuloso, algo a ouvir mesmo sem a ajuda visual do filme. No entanto, contrariando a tendência facilitista de acompanhar cenas de elevada tensão dramática com musica, aqui Joe Wright prefere deixar o silêncio ser a banda sonora, criando assim um clima de tensão muito mais angustiante.
Um triunfo, apenas com 30 milhões de euros de orçamento, mais uma vitória dos estudios Woking Title que conseguem mesmo convecer-me que Keira Knightley é boa actriz...
P.S.- Quemm costuma ler com mais regularidade (dois ou três de vocês), estava habituado a encontrar uma ficha técnica mais completa no incio do texto. Pois bem,decidi deixar isso de parte porque dá demasiado trabalho para o objectivo que me leva a escrever - apenas o prazer de falar sobre cinema. Portanto, se quiserem mais informações, o link para o IMDB está ali mesmo ao lado...
1 comentário:
desculpa a intromissão, mas não podia deixar de comentar!
Eu simplesmente adorei o filme, as imagens e as interpretações deixaram-me presas á cadeira, tudo é pensado no pormenor,o ouvir do bater de teclas da máquina de escrever...sublime!
o que não me deixa de espantar, é que é apenas o 2º filme que ele realiza, e que conseguiu subir a fasquia depois do óptimo "Orgulho e Preconceito".
depois de ver o filme, fui comprar o livro, e pode-se dizer que Joe Wright foi muito fiel ao livro. Algumas críticas que li, foi de acordo com os flashbacks que existem no filme, e que na minha opinião são essenciais, visto que retratam o que aconteceu em diferentes perspectivas, principalmente a de Briony!
fiquei surpresa de não ter recebido mais nomeações para os óscares, nomeadamente nas brilhantes interpretações de Keira Knightley e James McAvoy e na realização de Joe Wright!
Recomendei este filme a toda a gente e já sei que vou esperar ansiosamente que saia em DVD.
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