Na passada semana foi apresentado o Manifesto dos Amigos da Cultura, passo lógico depois de se esgotarem as vias do diálogo razoável com a Câmara Municipal de Coimbra (não é possível o diálogo quando uma das partes tapa os ouvidos com os indicadores e faz «nnnnnãããããã-nnnnnnããããããã-nnnnnnnãããããã»).
Espera-se que este novo passo seja apenas o início de uma nova forma de protesto contra a política autista da autarquia, no que à relação com os agentes culturais diz respeito. Os 130 subscritores que originalmente assinaram o documento já são mais de 500, o que siginifica uma enorme adesão em menos de uma semana de divulgação, e também o sinal de o descontentamento com a politíca cultural (ou a falta dela) é motivo de preocupação para todos. Rui Bebiano pôe em palavras aquilo que muitos de nós sentem, mas não conseguiram ainda verbalizar : " a «cidade dos estudantes» é principalmente habitada por quadros de formação universitária, bem como por uma classe média e por uma população juvenil bastante numerosas, que possuem expectativas culturais, de uma natureza urbana e crescentemente globalizada, totalmente incompatíveis com a dimensão popularucha e kitsch que neste domínio a gestão camarária tem assumido. Voltada quase exclusivamente para um público semi-rural, adepto de um certo «folclorismo» passadista e minoritário já em termos demográficos, a Câmara de Coimbra nem sequer parece aperceber-se da forma como essa atitude cria um mal-estar que prejudica a sua própria imagem."
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