28 agosto 2006

Emmy's 2006


Sem surpresas. A não ser a minha supresa pelo onanismo excessivo do espectáculo.

Ganhou quem se esperava que ganhasse (de acordo com o que diz a imprensa, eu não segui o processo) e mesmo o Conan O’Brien me pareceu demasiado parecido com o que costuma fazer no Late Night... A excepção é o número musical no inicio do espectáculo, quase como único sopro de ar fresco numa performance igual a tantas outras. Está o Conan a transformar-se num estereótipo de si próprio? Condenado a repetir as mesmas entradas em palco, as mesmas piadas de auto-crítica? Consta por aí que é ele quem vai substituir o Jay Leno em 2009. Tem três anos para se reinventar depois de mais de uma década à frente do Late Night.

Mas em frente. “24” ganhou, “The West Wing” também, com o grande Alan Alda como melhor secundário, “The Daily Show” melhor programa de comédia, musical ou variedades (termo estranho, faz lembrar Teatro de Revista à portuguesa).

De resto, muitas séries ainda desconhecidas em Portugal como “My name is Earl”, comédia white-trash com Jason Lee, a versão norte-americana de “The Office”, com Steve Carrel e “Huff”, uma série que foi cancelada antes do final da primeira época.
Podem ver a lista completa de vencedores aqui.

Como já referi em cima, o carácter onanista desta entrega de prémios foi a caratcetrística mais saliente de toda a emissão. O ponto fulcral que me fez quase regurgitar o jantar foi mesmo a homenagem ao Aaron Spelling. OK, o homem morreu à pouco tempo, queriam homenageá-lo... Mas será que a pessoa responsável por coisas como “Beverly Hills 90210”, “Melrose Place”, “Charlie’s Angels”, “Fantasy Island” e... a Tori Spelling!, merece ser homenageado?

O melhor momento da noite? A entrega de um prémio por Jon Stewart e Stephen Colbert. Ambos estão por dentro do mundo da televisão norte-americana, conhecem as regras e, por isso mesmo, subvertem-nas e quebram-nas conforme a sua veia cómica lhes sugere. Fica na memória o cumprimento de Colbert à assistência no Shrine Auditorium: “Good evening, godless sodomites”; a classificação do prémio a entregar; “a gold idol”; ou mesmo o lamento frustrado por não ter ganho em nenhuma das categorias por que estava nomeado: “ I lost to Barry Manilow!!”
Fica a pergunta, para quando também “The Colbert Report” na tv portuguesa?

3 comentários:

Anónimo disse...

Não sei quanto ao resto, mas o Beverly Hills 90210 até merece ser lembrado... fez parte da minha adolescência...e talvez divida alguma da responsabilidade sobre aquilo em que me tornei hoje...o que pode não ser positivo... Ok, concordo contigo... suicidem-no...

Anónimo disse...

Creio que o ponto alto da cerimónia foi mesmo a recordação, ainda que fugaz, da chegada do avião à Ilha da Fantasia, quando o Marques Mendes lá do sítio tocava a sineta e reverberava: "da plén, da plén!". Emocionei-me.
Houve, no entanto, alguns momentos dispensáveis, como aquele do senhor que surge em palco com os pés para a cova e faz um número, mais morto do que vivo(não estava com muita atenção, a partir de certa altura comecei a fazer outras coisas).
Quanto ao Conan O'Brien, não concordo que ele possa estar a tornar-se numa cópia dele próprio. Pareceu-me sobretudo que não estava no ambiente dele. É verdade que ele se repete, mas ali, se ficou aquém, creio que não terá sido por responsabilidade dele. O próprio ritmo da cerimónia não permitia grandes fugas. Salvo seja.

Schweinstein disse...

não achas que a tv portuguesa já desceu suficientemente baixo? :P
tu queres é um gil vicente dos media!