"Ratatoille"
Afaste-se o ogre verde e a familia amarela, o prémio é para o Rato Remy, simultaneamente mais um prodígio técnico da Pixar e a prova como o Cinema de Animação pode em tudo seguir as mesmas pisadas da Imagem Real. Quem duvidar basta conferir a fabulosa luz que banha esta cidade de Paris, a cena de perseguição com suspense q.b. e a magnifíca caracterização dos vilões.
O 4º posto.
"Ultimato"
Frenético, sem medo de arriscar grandes sequências sem diálogo. Escorreito e com uma técnica de realização descrita como "câmara com parkinson". Se todos os filmes de Verão fossem assim, estariamos todos muito melhor.
3º lugar
"A Face Oculta de Mr. Brooks"
Por falar em filmes de Verão, este foi um verdadeiro oásis no deserto que é o mês de Agosto. Grandes performances de Kevin Costner e William Hurt, com destaque para o rapport que ambos conseguem manter durante o filme. A subtileza escondida: confronta-nos com as relações pais/filhos e o medo que os progenitores têm de ser substituidos. Destaque ainda para a banda sonora de Ramin Djawadi.
2º lugar
"Terra de Cegos"
O filme já é de 2006, mas só agora nos chegou. Esteve apenas uma semana na cidade, mas foi o suficiente para ser visto por uma pequena legião de fãs (meia dúzia). Estimulante, capaz de deixar o espectador à beira de um ataque de nervos com o ultimo plot-twist, um objecto tão invulgar que deixou os dois lados do espectro politico norte-americano a pensar que o filme os atacava a eles. Está lá tudo: Mussolini, Kim Jong-Il (este ultimo literalmente, está lá), a revolução cultural na China de Mao e os golpes palacianos. Brilhante a forma como neste filme vemos a História Politica da Humanidade do ultimo século e meio. E começa no design do cartaz: Realismo Socialista, anyone?
Em primeiríssimo lugar:
"Peões em Jogo"
O regresso de Robert Reford atrás das câmaras. O regresso de Tom Cruise às boas interpretações. O regresso da United Artists como um estúdio, não como apenas um carimbo. O regresso do filme-político. O regresso... Notável análise da actual situação politico-social nos Estados Unidos. A falta de envolvimento na vida publica das gerações mais jovens, as relações perigosas entre o poder politíco e os media, o sacrifio dos ignorados... Um daqueles filmes capazes de "despertar processos cognitivos nos espectadores", como li há tempos. Em vez de explosões e velocidade temos diálogos, mise-én-scéne... A critica nacional tem-lhe reagido de forma bastante morna, estaremos tão anestesiados por blockbusters que já não reconhecemos o valor de algo diferente?
Estes são os melhores, tendo tempo, outras listas se seguirão nos próximos dias ou semanas.
Sem comentários:
Enviar um comentário