25 setembro 2007

"I AM McLOVIN!"

SUPERBAD
De: Gregg Mottola
Com: Jonah Hill, Michael Cera, Christopher Mintz-Plasse, Seth Rogen.
EUA; 2007; Cor; 113 min.

Seth e Evan são amigos de longa data que agora enfrentam os ultimos dias do secundário já com a certeza de partirem para universidades diferentes. Fogell é também seu amigo e o único mais “geek” que eles os dois. Todos os três estão agora empenhados em arranjar alcóol para uma ultima festa e, deste modo, conseguirem impressionar as raparigas com as quais não conseguem comunicar de forma normal.
Lembram-se do secundário? De como tudo era estranho e como os rapazes falavam com os membros da sua “tribo” e as raparigas faziam o mesmo? O problema não era querer falar com elas, o problema era saber o que dizer, impressionar.
Seth Rogen e Evan Goldberg escreveram a base para este argumento quando tinham treze anos e o facto nota-se. Sim, o humor é muitas vezes infantil, mas o facto é que é essa a intenção deste filme: piadas quase escatológicas, sem nunca atingir os níveis de alarvidade de outros do género teen comedy. De facto, há aqui bastantes exemplos de piadas que podem revoltar muito boa gente de gosto mais elevado, mas o objectivo de entretenimento de massas é bem sucedido, com qualidade assinalável, até pela composição das personagens: três pobres desgraçados, ignorados por toda a “malta fixe” da escola o que lhes atribui uma qualidade de pessoas reais em situações de comédia, uma marca muito presente nos projectos do Judd Apatow.
Pessoas reais que não deixam de ter, no entanto, a sua faceta de exagero. Fogell/McLovin é uma personagem que só se poderia ver num filme mas, no entanto, é impossível não deixar de sentir uma certa compaixão, ou até mesmo ligação com o atrapalhamento genuíno e desconforto ao lidar com outras pessoas. Destaque, então, para o estreante Christopher Mintz-Plasse.

Mas voltemos ao inicio. O inicio do filme, para ser mais preciso. O genérico inicial estabelece logo nos primeiros 60 segundos o que será o tom do filme: diversão. Sem dúvida ajudado pela música Funk dos Bar-Kays e o tema “Too hot to stop”, este primeiro contacto do espectador é mais do satisfatório ao apresentar-lhe o que pretende ser afinal este Superbad.
Infelizmente as ultimas comédias que nos têm chegado dos EUA afinam pelo mesmo diapasão moralista (Evan, Licença Para Casar), algo que este filme consegue esconder muito bem. O moralismo pode até lá estar (a necessidade de crescer e aceitar as mudanças), mas é bem escondido numa cena final com muito significado e propensa a interpretações demoradas sobre as relações entre sexo masculino e feminino.

Rodado e estreado depois de “Knocked Up” (outro projecto da dupla Apatow/Rogen), Superbad chegou ao nosso país antes do primeiro, servindo assim como uma espécie de aperitivo para primeiro. Honesto, sem quaisquer intenções para lá da comédia bem-humorada, é um filme a rever, e a comprar assim que surgir edição em dvd.

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