02 maio 2007

Um Dvd- CSI: CRIME A SETE PALMOS

"Quando a TV e o Cinema se encontram"*
Real: Quentin Tarantino

Em Las Vegas um grupo de criminalistas usa a Ciência para descobrir os autores dos crimes mais indecifráveis. Desta vez, no entanto, Gil Grissom e a sua equipa têm que descobrir onde está um dos seus, antes que o tempo acabe...

“Crime Scene Investigation” é uma das mais populares séries de televisão do momento, já com sete temporadas e dois “spin-off”: Miami e Nova Iorque. Um exemplo de uma das épocas mais criativas da tv norte-americana, e que, curiosamente, foi rejeitada pela primeira cadeia a que foi oferecida, com o argumento de que se tratava de algo “demasiado confuso para o espectador médio”. Na quinta temporada os produtores convidaram Quentin Tarantino para realizar os dois ultimos episódios e o resultado é “Perigo a Sete Palmos”. A passagem de Tarantino ao campo da televisão não é nova, quer seja como realizador em “Serviço de Urgência”(já há mais de dez anos) ou como actor em “A Vingadora” , mas é atrás das câmaras que o cineasta mais faz sentir o seu estilo. As referências à cultura pop norte-americana são frequentes nos seus filmes assim como a musica tem uma ligação forte com as personagens. Nestes dois episódios assistimos a algo incomum na série: Grissom revela-nos algo da sua infância (a admiração pelo cowboy da tv Roy Rogers) e um jogo de tabuleiro baseado noutra série de tv, esta dos anos '70, “Dukes of Hazzard”. Marcas de de autor de Tarantino, assim como uma maior liberdade da câmara e mesmo uma cena que recorda a sequência inicial de Cães Danados, a primeira longa-metragem.

Pouco há a dizer sobre a edição em dvd em si mesma. A destacar apenas a possibilidade de usar o formato 16:9, aproximando este trabalho da imagem cinematográfica e manter a ilusão de se tratar de mais um filme de Tarantino. De resto, pobreza franciscana. Nenhum extra. Dada a alta qualidade dos dois episódios, e o facto de ter um dos melhores realizadores da actualidade como aliciante justificava muito mais...

*texto publicado na edição de 17 de Abril do Jornal Universitário A Cabra

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