Está na calha um remake de "Os Pássaros". Planeado para estrear em 2009, com Martin Campbell como realizador e com, de acordo com os rumores, Naomi Watts no papel que apresentou Tippi Hedren ao mundo do Cinema.
A actriz descoberta por Hitchcock já veio fazer a questão que se impõe quando nos vemos confrontados com as carradas de remakes, recontextualizações e reimaginações que nos têm invadido nos ultimos tempos: " Não se arranjam novas estórias, novas coisas para fazer? Temos de ser tão inseguros que nos refugiemos num sucesso e fazer tudo de novo outra vez?"
Nunca tinha pensado na questão por esta perspectiva, mas não deixa de fazer sentido. Todo o sentido do Mundo, aliás...
Sempre encarei esta voragem pelo Passado e pelos seus sucessos como uma tentativa de requentar sucessos e continuar a fazer dinheiro com o que já tinha dado resultado apenas pelo lado financeiro. "A quick way to make an easy buck", como diriam os próprios nativos da Indústria Hollywoodesca. No entanto, conhecendo a natureza frágil, e tão dada à busca de aprovação do génio criativo, não deixa de surpreender que numa sociedade cada vez mais infantilizada se procure a gratificação rápida, sem qualquer risco ou perigo de falhar para alcançar o sucesso e reconhecimento.
Arrojo e capacidade inventiva é o que se espera dos Cineastas. Originalidade e valor acrescentado à experiência de nos deslocarmos e sentarmos numa sala de Cinema. Acrescente-se a toda esta linha de argumentação (iniciada por uma improvável ex-modelo) que, normalmente, os remakes ficam sempre muito aquém dos filmes que pretende "recontextualizar" para "um publico mais jovem".
Felizmente ainda nínguem se lembrou de refazer o Citizen Kane. Ou o Jules et Jim. Nem tocaram ainda no Kubrick...
Infelizmente não se pode dizer o mesmo de Casablanca, Janela Indiscreta, Psico...